sexta-feira, 26 de junho de 2009

O des(conhecido)


Deitada em minha cama, inquieta, remexendo sem conseguir dormir. O barulho da chuva lá fora me atordoa, o cheiro de mato molhado entra pelas minhas narinas. Levanto-me, vou até a janela. O frio percorre meu corpo, mamilos endurecidos, rijos pelo frio. Visto meu robe de seda.
Abro a janela, deixo o vento adentrar e tocar minha face. Vontade louca de sair por aquela chuva. Não penso. Saio rua afora. A chuva toca meu corpo com fúria, deixando-me mais excitada. Meu robe colando em meu corpo, definindo as formas de meu corpo.

Ando pelas ruas desertas sem rumo e sem pensamentos. Paro em frente a uma praça. Nela tem um bosque. Vejo um vulto ao longe. Ele acena e entra no bosque. Não hesito vou ao seu encontro. Minha respiração descompassada, chuva a molhar meu corpo, meu corpo a desejar.

Entro no bosque. Meus olhos mal conseguem enxergar no breu da noite iluminado pelos raios. Apenas instinto. Onde está você? Sei que estás perto, meu corpo te pressente, te ansia
Com fúria ele veio por trás, me atirou ao chão. Sua boca me sorvia com desejo. Nua, estirada na grama daquele bosque era furiosamente possuída. Entreguei-me, excitada, louca pelo que sentia e via. Agarrei, arranhei, sentia-te duro, teso. Mordia-me, lambia, esfregava seu membro em mim. Tinha fome de mim. Queria-me toda, virava-me e penetrava sem piedade por todos os buracos que encontrava. Sexo selvagem, louco...alucinadamente eu me entregava cada vez mais. Em nenhum momento resisti àquele insano. Não sei quem era mas sentia como se sempre tivesse sido sua. Apenas sei que na última entrada do seu sexo no meu, explodi de prazer e um grito da cor das estrelas que se apagaram quando fugiste e me deixaste deitada naquele bosque a sentir o prazer de múltiplos e longos gozos.

domingo, 21 de junho de 2009

Instinto...


Arrepio-me toda ao entrar em contato físico com bichos ou com a simples visão deles.

Os bichos me fantasticam. Eles são o tempo que não se conta.

Pareço ter certo horror daquela criatura viva que não é humana e que tem meus próprios instintos embora livres e indomáveis.

Animal nunca substitui uma coisa por outra.

Os animais não riem. Embora às vezes o cão ri. Além da boca arfante o sorriso se transmite por olhos tornados brilhantes e mais sensuais, enquanto o rabo abana em alegre perspectiva. Mas gato não ri nunca.

Um “ele” que conheço não quer mais saber de gatos.

Fartou-se para sempre porque tinha certa gata que ficava em danação periódica.

Eram tão imperativos os seus instintos que na época do cio, após longos e plangentes miados, jogava-se de cima do telhado e feria-se no chão.

( Fragmento do livro “Água Viva”, de Clarice Lispector)

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Niver



Hoje é niver da minha Jujuuuu!!!!!



Que estas portas estejam sempre abertas, minha amadinha!


Amo-te




sexta-feira, 12 de junho de 2009


(...)


Se você não tem namorado porque não descobriu que o amor é alegre e você vive pesando 200Kg de grilos e de medos. Ponha a saia mais leve, aquela de chita, e passeie de mãos dadas com o ar. Enfeite-se com margaridas e ternuras e escove a alma com leves fricções de esperança. De alma escovada e coração estouvado, saia do quintal de si mesma e descubra o próprio jardim. Acorde com gosto de caqui e sorria lírios para quem passe debaixo de sua janela. Ponha intenção de quermesse em seus olhos e beba licor de contos de fada. Ande como se o chão estivesse repleto de sons de flauta e do céu descesse uma névoa de borboletas, cada qual trazendo uma pérola falante a dizer frases sutis e palavras de galanteio.
Se você não tem namorado é porque não enlouqueceu aquele pouquinho necessário para fazer a vida parar e, de repente, parecer que faz sentido.
ENLOUCRESÇA!
(Arthur da Távola)
PS: Que bom que "enloucresci"! Ou "enloucrescemos" né?

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Sentidos...





Vem amor

fala-me baixinho ao ouvido

coisas que me enlouquecem.


Vem amor

beija-me com ardor

delicia de gostos, de sabores.

Vem amor

olha-me com ternura

com loucura.

Vem amor

toca-me de maneira única

que só você sabe.

Vem amor

misturar nossa química

ação e reação.

Vem amor

deixa esta sensação perpetuar

nos nossos poros

exalando tesão.

Vem amor.